Tempo de leitura: 4 minutos
A cachaça e a tequila agora terão proteção plena de propriedade e qualidade na comercialização nos dois países
Ligadas diretamente às culturas do Brasil e do México, a cachaça e a tequila agora terão proteção plena de propriedade e qualidade na comercialização nos dois países. Acordo assinado pelo presidente Michel Temer reconhece as duas bebidas como indicações geográficas e produtos distintivos dos dois países.
O acordo estabelece que toda bebida vendida no Brasil com o nome de tequila será de fabricação mexicana, assim como toda cachaça vendida no mercado mexicano deverá ter sido fabricada no Brasil.
Desde 2015, Brasil e México fazem tratativas sobre a proteção recíproca da cachaça e da tequila na relação bilateral. Com a assinatura do acordo, a qualidade e a procedência das bebidas nos dois países serão atestadas conforme procedimentos tradicionais e passarão a ser controlados e supervisionados pelas autoridades competentes de cada país.
As tratativas estavam em andamento há alguns anos, mas a partir de junho de 2014 o processo recebeu atenção do governo, a partir da renovação de um convênio firmado entre o IBRAC (Instituto Brasileiro da Cachaça) e o Conselho Regulador de Tequila (Crt).
Segundo o IBRAC, as exportações de cachaça não passam de 1% do volume produzido e isto deve estimular o setor a aumentar os investimentos no mercado mexicano. Além disso, o acordo também deve impedir o uso da denominação “cachaça” por produtores de outros países.
Em 2015, o México exportou mais de 180 milhões de litros para mais de 120 países, enquanto o Brasil exportou pouco mais de sete milhões de litros do destilado para 61 países. Deste total, apenas 0,54% do total exportado foi para o México, de acordo com o IBRAC.
Para o presidente da Confraria Paulista da Cachaça, Alexandre Bertin, o governo está buscando alternativas para ajudar a área econômica e as exportações de Cachaça têm muito potencial. “É uma atitude acertada. Esse acordo ajudará os produtores a atingirem outros mercados e a gerar resultados positivos para a cadeia como um todo”.
Mercado da Cachaça
O faturamento do setor cachaceiro alcançou R$5,95 bilhões em 2013, quando foram produzidos 511,54 milhões de litros da bebida, de acordo com o Sistema de Controle da Produção de Bebidas da Receita Federal – SICOBE, responsável por controlar a produção das principais empresas formais do setor.
De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC, são 40 mil produtores e 4 mil marcas de cachaça no mercado nacional alocadas, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba.
O IBRAC estima que a capacidade instalada no Brasil é de 1,2 bilhões de litros/ano. A Cachaça é a segunda bebida mais consumida no país, perdendo somente para a cerveja, que é uma bebida fermentada. Entre as bebidas destiladas, detém preferência absoluta entre os brasileiros.
Seu consumo é quase 5 vezes maior que o do whisky (348 milhões de litros) e da vodca (270 milhões de litros). O Brasil possui capacidade instalada de produção de 1,2 bilhão de litros anuais, sendo 70% cachaça industrial e 30% cachaça artesanal (alambique). Atualmente, são mais de 40 mil produtores (5 mil marcas), sendo que as micro-empresas representam 99% deste universo.
Um case de sucesso do mercado da bebida é a Cachaça Seleta, que conquistou a liderança no mercado mundial de Cachaças artesanais pelo gosto forte e persistente. É armazenada em tonéis de Amburana e conta com processo de fermentação natural, sendo o fermento a base de fubá de milho.
“Com tantas opções de qualidade, os consumidores terão cada vez mais a possibilidade de melhores experiências sensoriais com a Cachaça, já que poderão comprar mais rótulos e descobrir a riqueza dos sabores”, declara Rafael Araujo, Co-Founder da Cachaçaria Nacional. A empresa é a maior loja de Cachaças Online do mundo e oferece mais de 1000 rótulos de Cachaças artesanais de alambiques das principais regiões produtoras do Brasil, além de acessórios para degustação, barris/dornas e linha gourmet.
Outros dados importantes são sobre o aumento das exportações da bebida em 2016. Segundo informações divulgadas pelo IBRAC, as exportações de Cachaça cresceram 4,62% em valor e 7,87% em volume, totalizando US$ 13,93 milhões e 8,3 milhões de litros. Mais de 60 países já consomem o “ouro líquido brasileiro”, especialmente Alemanha, EUA e Paraguai.
Notícia Expressa
(11) 2311-0484 | noticiaexpressa.com.br